sábado, 28 de maio de 2016

Por que virei fisioterapeuta?

Vamos começar essa história desde o começo...
Assim como todo mundo, já quis ser de tudo um pouco. Pediatra, engenheira, jornalista, nutricionista, advogada... bailarina (esse todo mundo acreditava depois de 14 anos de ballet, jazz, CIA de dança, festivais todo final de semana e muito ensaio de segunda a segunda).
Mas foi depois de conhecer a Fisioterapia como paciente, para tratar uma escoliose severa que apareceu na minha adolescência e me deu muito trabalho, que resolvi ser fisioterapeuta.
Pronto. Ninguém acreditou!
Por quê? Porque eu desmaiava para um simples exame de sangue de rotina. Desmaiei até para tirar um gesso da mão. Ah... esqueci! Já quis ser jogadora de hóquei também. Isso mesmo, aquele sobre patins, mas no meu caso não era no gelo, era na quadra da escola mesmo. Em um dos treinos, aquele disquinho que é a “bola” do jogo, conseguiu acertar exatamente a minha mão que estava sem luva, claro. Lei de Murphy!!! Conclusão: conheci o significado de lesão! Fui parar no hospital, voltei para casa de gesso e na hora de tirar dias depois, fiquei impressionada, desmaiei e amassei a geladeira com a minha cabeça. Verdade, eu juro! Ganhei um galo na cabeça e a marquinha na geladeira me rendeu muita gente rindo dessa história até trocar a geladeira por outra!
Enfim, fiquei com essa idéia de ser fisioterapeuta fixa na cabeça o colegial inteiro. Para verificar se isso tinha futuro, fui em uma excursão da escola, organizada pela coordenadora que tinha uma irmã que trabalhava na Escola Paulista de Medicina para visitar o laboratório de Anatomia. Meus pais tinham a certeza de que isso não ia dar certo e pediram para qualquer coisa a coordenadora ligar. Para a surpresa de todos, achei aquilo o máximo. A visita foi surpreendentemente legal e neste dia tive certeza que ia encarar.
Assim foi. O colegial terminou e lá estava eu matriculada no curso de Fisioterapia. 
E posso falar... 
Fiz a escolha certa!

sexta-feira, 27 de maio de 2016

O B.O da primeira aula de anatomia.

Matriculada no curso de fisioterapia, chega finalmente o dia da primeira aula de Anatomia. Belíssima aula de respeito ao cadáver. Isso mesmo. Aprendemos que estudar aquele corpo era a forma de podermos adquirir conhecimento para posteriormente cuidarmos de seres humanos VIVOS! Coloquei em letra maiúscula, pois, mais para frente, vou contar uma história que vale a pena... Duvido que você não dê risada!
Tirando o cheiro de formol, que fica no seu nariz pelo resto do curso, adorei a aula. Tomei uns quinhentos banhos aquele dia achando que o cheiro estava em mim. Não estava, mas o meu nariz dizia que sim!
Na segunda aula chegou à hora de encarar a fera... Quer dizer... a peça. É assim que chamamos as partes do corpo que estudamos no laboratório de anatomia. Peças anatômicas. Para falar a verdade a primeira impressão é de que aquilo não é de verdade. Adorei! Exceto pelo peso da perna! É... vocês não imaginam como uma “perna” é pesada quando você vai buscá-la no tanque encharcada de formol... Essa parte não é legal. O tanque de formol é um pouco ruim sim.
Durante esse papo em casa, na hora do almoço é claro, dou de cara com carne para comer. Minha mãe não come carne, mas meu pai sim e eu até então comia. Pois bem... comia. Virou passado depois da primeira aula de Anatomia. Qualquer semelhança entre a carne que estava no prato e as peças anatômicas não era mera coincidência! Não dava para encarar. Se você gosta de carne e quer continuar gostando pule o próximo parágrafo!
Os músculos do nosso corpo e aqueles bifes de carne são iguais!  E o pior... ao manipular as peças, elas soltam uns pedacinhos que são exatamente iguais a carne moída. Aquela mesma que minha mãe fazia com abobrinha e eu tanto gostava!
Resumindo... nunca mais consegui comer carne vermelha. Hoje encaro apenas peito de frango e peixe.
Mas vamos lá seguir enfrente... As aulas de Anatomia eram muito legais e me fizeram descobrir o quão maravilhoso é o corpo humano. É uma máquina incrivelmente quase perfeita. Sim quase porque felizmente não somos perfeitos, somos humanos.
Quando pensamos no corpo temos aquela idéia de que tudo esta meio solto lá dentro e não é nada disso. As coisas têm uma organização perfeita e circuitos de dar inveja no melhor dos computadores. Para ser honesta, não sabemos usar a máquina que temos ao nosso dispor.
Tudo bem que não dá para negar que quando te entregam na mão uma caixa cheia de osso você pensa em desistir! É sério... a primeira vista é impossível descobrir qual osso é qual e neste momento chega a professora e te entrega uma lista com uns 20 nomes. Não... não são os nomes dos ossos que estão na caixa. Isso ela parte do principio que é fácil demais e que você já sabe. Essa lista é referente a apenas um dos ossos. É o nome dos acidentes ósseos. É uma verdadeira catástrofe. Cada pedacinho do osso tem um nome diferente que na hora você jura que não serve para nada e só depois vai descobrir que aquilo é necessário.
E mais, um mês depois você já esta achando que osso é moleza, pois você começa a ficar doida com tanto músculo, ligamento, cápsula, órgãos que o corpo humano tem. Isso sem falar na neuroanatomia. Isso sim é mesmo coisa de maluco! Mas é incrível...
Bom, depois que você literalmente surta com a caixa de osso chega a hora da primeira prova prática. Pensa no cenário... O laboratório de Anatomia já não é o mais caloroso dos ambientes. Em cada bancada de inox gelada uma peça com um alfinete da cabeça colorida mostrando o que é para você decifrar. Exato decifrar. Na primeira prova aquilo é um enigma.
Vai passando um aluno por vez em cada bancada e entre 15 ou 20 segundos a professora ou assopra o apito ou grita MUDA... Parece que aquele som vem do além porque o lugar para fazer eco!
Neste momento, fique feliz. Se você superou o trauma da primeira aula e da primeira prova de Anatomia sua chance de seguir enfrente são grandes.
Mas não é só de Anatomia que o curso de fisioterapia é feito. No primeiro ano são inúmeras as matérias denominadas básicas que irão te preparar para as disciplinas dos próximos anos. Mas você não quer nem saber. A ansiedade de descobrir como tratar faz você querer passar rapidinho pelo primeiro ano para chegar logo nas aulas específicas. Quando as aulas específicas chegam você entende o porquê aprendeu tudo àquilo que você não deu muita bola no ano anterior! É isso aí, tem que correr atrás das informações aprendidas ou daqui para frente você não entendera mais nada do curso.
Tudo bem, que tem gente que não dá a mínima para isso e vai levando o curso do jeito que dá. Já diz o ditado que cada cabeça uma sentença! Mas vamos lembrar que nosso objeto de trabalho será o ser humano. Não um saco de batatas! Coloque-se na pele do seu paciente e você estaria rezando para seu terapeuta ter levado o curso a sério. Mas vamos lá...
Você vai cuidar de mim quando eu morrer?
Ahhh... essa história vale a pena!!! Lembra que falei logo no comecinho: “Aprendemos que estudar aquele corpo era a forma de podermos adquirir conhecimento para posteriormente cuidarmos de seres humanos VIVOS!”.
Pois bem. Escuta só...
Primeiro ano e faculdade, início das aulas, todo mundo quer saber como é, o que você aprendeu de novo... enfim... a curiosidade é geral.
Comigo não foi diferente. Estava eu fazendo as unhas no salão de cabeleireiro quando comecei a contar as novidades. É claro que as aulas de Anatomia são a primeira coisa que todos querem saber.
Eu estava achando o máximo responder a todas aquelas perguntas e assim foi o papo durante toda a minha unha. Quando terminei, uma moça que estava aguardando para cortar o cabelo vira e fala: “Ju, então quer dizer que quando eu morrer, alguém como você cai cuidar de mim?”

NÃO.... Ela não entendeu absolutamente nada do que eu havia explicado até aquele momento!!! A risada foi geral...

domingo, 22 de maio de 2016

Por que disk B.O?

Olá a todos!!!
Sejam bem vindos ao blog disk B.O!
Talvez esteja se perguntando o porquê da origem deste nome.
A explicação é simples... Desde a época da faculdade, quando as pessoas descobrem que você esta fazendo um curso na área da saúde, seu celular torna-se sempre lembrado.
Exemplos:
- o que aconteceu com meu pé que esta doendo?
- por que minha cabeça doi?
- por que tenho dor nas costas?
- o que significa isso que esta escrito no meu exame?
- o que devo fazer?
- o que vai acontecer comigo?
- por que? por que? por que? por que? por que? por que? por que? por que?
Já um pouco traumatizada (hahahahahhahaha.... brincadeirinha) apelidei carinhosamente meu celular de disk B.O (sim, tipo boletim de ocorrência = problemas)!!!
Depois de alguns bons anos de formada (não precisamos dizer que já são quase 12 anos para ninguém descobrir minha idade), sinto que o disk B.O foi se aprimorando e ganhando novas vertentes.
Além dos assuntos de saúde em geral, as pessoas descobrem que você tem como hobby cozinhar e passam a fazer ainda outras perguntas como:
- como faço um bolo sem açucar?
- o que posso fazer para servir num jantarzinho em casa?
- me ensina a fazer aquele prato que você postou no facebook?
Enfim, para resumir, nesse momento cabe o tal etc e tals....
Já superado o trauma de ser sempre lembrada quando surge um "B.O", resolvi criar esse blog, no qual a idéia é ter sempre matérias que possam te ajudar.
Sugestões podem ser enviadas para jptfisioterapia@gmail.com
É isso ai... não vou me prolongar muito pois texto longo demais cansa rsrsrsrs
Bjus (Bjus = Bj da Ju)